Palestrantes > Prof. Dr. Hamilton Werneck
Autor de 26 livros publicados, alguns já traduzidos para o espanhol e inglês, e com 9 DVDs educativos, Hamilton Werneck já realizou mais de 1.950 conferências em todo o Brasil envolvendo colégios, secretarias de educação, sindicatos patronais e de classe e universidades. Seu livro “Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo”, já está na sua 26ª edição, com 70 mil exemplares vendidos. Com experiência em educação desde as classes multisseriadas do interior até a pós-graduação, vem participando ativamente da vida educacional do país através de programas de TV e congressos nacionais e internacionais de educação. Pertenceu, como conselheiro, de conselhos municipais e do Conselho Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro e atualmente é Membro da Academia de Letras de Nova Friburgo.
Com experiência em educação desde as classes multisseriadas do interior até a pós-graduação, vem participando ativamente da vida educacional do país através de programas de TV e congressos nacionais e internacionais de educação. Pertenceu, como conselheiro, de conselhos municipais e do Conselho Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro e atualmente é Membro da Academia de Letras de Nova Friburgo.
Foi também Secretário de educação do município de Nova Friburgo – RJ, e escreve para sites educacionais, revistas e jornais especializados, como a revista Profissão Mestre, fazendo parte também de seu respectivo Conselho Editorial. Atualmente trabalha na Universidade Candido Mendes.
Como ensinar Bem e Avaliar Melhor
A questão da avaliação está muito mais ligada ao ato de ensinar em si, onde o bom professor, aquele que sabe ensinar, passa a ter problemas menores ao avaliar. Assim, o livro prioriza a questão do ensinar bem e que está intimamente ligada ao avaliar melhor, dando enfoque aos professores-avaliadores.
10ª ed., 2012 | Editora Vozes.
Ensinamos Demais e Apredemos de Menos
Em tom leve e irônico conduz a uma reflexão pedagógica sobre pontos de estagnação do ensino. Abrange conteúdo do ensino, postura do professor, técnicas de educação física, planejamento, livros descartáveis, conselhos de classe, reprovação, etc.
22ª ed., 2011 | Editora Vozes.
Se Você Finge que Ensina, Eu Finjo que Aprendo
O livro, elaborado em forma de crônica, facilita a professores e alunos a compreensão e o debate de problemas relativos à educação. A escola brasileira, com seus progressos e retrocessos, tem seus aspectos políticos, familiares, sociais, pedagógicos, etc., estimulados pelo autor e postos em debate democrático, principalmente com alunos e educadores.
19ª ed., 2000 | Editora Vozes
Como Vencer na Vida sendo Professores – Depende de você
Neste livro, o Prof. Werneck, com sua habitual verve e bom humor, oferece uma série de estímulos e motivações positivas para quem deseja sair-se bem no espinhoso, mas também gratificante ofício de ensinar. “Tenha orgulho de sua profissão” – diz ele. Mais: “Encha o peito e diga o que você é, o que você sabe, o que estudou e o que é capaz de fazer (…)” A sociedade precisa conhecer a sua imagem, dentro da moldura que você escolheu. Professor, Professora, não tenham vergonha de ser!
17ª ed., 2011 | Editora Vozes
A escola é um lugar muito especial. Nela um outro mundo é possível. Talvez seja a instituição mais importante já criada pela humanidade. Mas, ela não é uma ilha isolada de todo um contexto. Nela repercutem as disputas de projetos de sociedade. Como território em disputa é um espaço de problematização do presente e de construção do futuro.
Por isso, muitas educações são possíveis. Mas, essa não é uma disputa passional. É uma disputa de concepções que se dá no campo das ideias, da argumentação, da reflexão crítica. Na Escola dos meus sonhos não há espaço para o ódio e a intolerância, para a raivosidade. Nessa escola, todo espaço é utilizado para construir laços de solidariedade e convivência democrática. O contexto atual pode ser de perplexidade, mas é justamente nessa hora que devemos apostar em nossas crenças, nossos sonhos, sempre abertos, para aprender, com amorosidade. Nesse contexto, devemos resgatar o sonho e a utopia, a esperança, para que a educação contribua na superação da
descrença e do desencanto. As palavras que mais devemos cultivar nessa escola são: cuidado, diálogo, humildade, ternura, simplicidade. Elas deveriam estar escritas em todas as paredes dos corredores de nossas escolas.
A escola é um organismo vivo e em evolução. Cada escola é única, fruto de seu currículo, de seu percurso, de suas contradições e vivências. Ela não cumpre sua função formadora se ficar reduzida a um ritual repetitivo, dominado pela rotina, e não pela reflexão crítica sobre a sua prática.
A escola pode ser um lugar de felicidade, de vivência intensa da alegria, de satisfação, e de construção do companheiro de que tanto necessitamos. Para realizar essa escola possível, será preciso primeiro sonhá- la, projetá-la. Esse é o propósito desta palestra: mostrar essas possibilidades, com base em respostas positivas, propositivas, prospectivas, aos desafios atuais da educação. Uma escola que cultiva certos princípios e valores, que cuida de seus fins e objetivos, uma escola competente, séria, amorosa,
prazerosa, produtiva, sustentável.
Alguém poderia nos objetar, com razão, que tudo isso é muito utópico. Sim. Sabemos disso. Mas, não foi isso que fizeram os grandes educadores do passado? Suas propostas sempre foram utópicas. A educação é essencialmente um exercício de otimismo. Ela busca explorar os limites das possibilidades reais de transformação.
Esta palestra tem por temática central a formação docente, nos tempos que atravessamos hoje, pensando numa educação voltada para o futuro.
Os mestres de ontem já nos deixaram suas lições. É o lugar dos projetos realizados. Precisamos respeitá-los, estudá-los e revalorizá-los. Eles são necessários hoje na formação dos mestres do amanhã como fazedores do futuro. Se o passado é o campo da necessidade, o futuro é o campo da possibilidade de uma pluralidade de projetos a realizar, um campo aberto, um lugar da liberdade e de escolhas.
Podemos dizer que a história da educação é a história da desigualdade e da luta contra ela. O dualismo educacional é o fio condutor que interliga toda a história da educação e, por isso mesmo, é um elo estruturante das políticas educacionais. Contudo, vamos mostrar que nem a desigualdade social, nem o dualismo educacional, são inquebráveis.
Educar é reproduzir ou transformar, repetir servilmente aquilo que foi, optar pela segurança do conformismo, ou partir da releitura do passado, da tradição, para construir outra coisa. Educar é intervir, indicar um caminho, dialogar. Não é
ficar indiferente. De nada adianta instrumentalizar melhor as pessoas para buscarem ser melhores do que as outras. A vida, para ser plena, precisa ser vivida na plenitude do saber, do ser, do sentir. Precisamos nos formar para a
sensibilidade, para a emoção e a imaginação, para além da ciência e do conhecimento. A vida não se resume em vencer ou não vencer, em ser bem sucedido ou não. Precisamos cooperar para progredir e nos emancipar.
Hoje estamos frente a um grande desafio: emancipar ou formar predadores? Cada vez mais, nossos sistemas educacionais formam nossas crianças e jovens para disputarem um lugar no topo da pirâmide educacional. Dividimos os
seres humanos em vencedores e vencidos. Inculcamos o ideal de sermos melhores do que os outros, sermos os primeiros, sobrepujando os outros, derrotando-os, vencendo-os. Não é por nada que estamos assistindo ao colapso do modelo educativo global, com seus currículos, com seus critérios de avaliação, com sua cultura da testagem. Um modelo focado nos critérios de eficácia e de rentabilidade estabelecidos com base numa lógica mercantil e não num projeto civilizatório emancipador.
É certo, houve conquistas no que se refere ao acesso à educação em todos os níveis, mas, o modelo educacional continua injusto e desigual, refletindo as condições sociais e econômicas dos alunos e da sociedade que é desigual e
injusta. Mestre do amanhã, fazedor do futuro, não espera o amanhã chegar. Ele se antecipa, se posiciona em relação a um certo futuro, um futuro. Há escolhas a fazer. Para muitos a escola é o único espaço de que a população pode dispor
como algo realmente seu. Que ele seja para aprender a se emancipar, aprender a dizer a sua palavra e fazer a sua história.
Todos estamos de acordo quando defendemos a necessidade da aprendizagem ser significativa. A ideia de que a aprendizagem deve ser significativa, é compartilhada por todos os educadores. Ela está associada a outra ideia: a dos conteúdos prévios do aprendiz, como sustenta o educador norte-americano Paul Ausubel.
Ele sustenta que o fator mais importante que influi na aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe. Para que uma aprendizagem seja significativa, o novo conteúdo deve dialogar com os conteúdos prévios do aprendiz. A relação dialógica, é um princípio fundamental da aprendizagem significativa. É o que desejo demonstrar
nesta palestra.
A escola e o que fazemos nela como professores e alunos precisa fazer sentido. O sentido é o que nos move como sujeitos da nossa aprendizagem, que nos motiva a estudar e continuar estudando, que nos orienta na direção que desejamos caminhar. Sentido e significado não são a mesma coisa. Enquanto o significado é explícito, fechado, unívoco, o sentido é inquieto, aberto, sempre em construção, como sustenta José Saramago. O sentido se traduz pelo compromisso, pelo que ainda não existe, mas pode vir a existir, o inédito viável. Ele aponta para o caminho a ser percorrido, para nosso projeto, nossos sonhos e utopias.
Encontrei no conceito de “dodiscência” – docência mais discência – de Paulo Freire, uma inspiração para essa palestra. Ele afirma que ensinar e aprender são indicotomizáveis, indissociáveis. Não se trata apenas de uma nova palavra, um neologismo. O conceito de dodiscência se confronta com a concepção dominante da formação do educador que estabelece uma relação de mando e subordinação entre educador e educando. A dodiscência estimula o compartilhamento de saberes, valores e experiências vividas. No ciclo gnosiológico freiriano encontramos a superação do conhecimento como algo apenas individual para se tornar coletivo. É verdade, é um sujeito que aprende e não um coletivo, mas é no coletivo que o sujeito constrói sentido para o que conhece. Nessa teoria do conhecimento, encontramos um sujeito individual e um sujeito social, dialeticamente envolvidos no mesmo processo de construção.
É assim que entendemos a formação do educador na perspectiva de um ensino-aprendizagem com sentido. O estudante só aprenderá quando tiver um projeto de vida, quando desejar aprender, quando sentir prazer no que está aprendendo. O aluno, a aluna, precisa ser autor, ser rebelde, criador. E para isso, o aprendiz, que também ensina, precisa ser respeitado em suas expectativas, em suas experiências culturais e em seus ritmos próprios de aprendizagem.
Como educadores, educadoras, somos profissionais do sentido, somos profissionais do humano, somos mestres do amanhã. É por isso que a função docente é imprescindível, insubstituível.